A noite da última sexta-feira, 02, foi de muita alegria para alunos do Vale Alfabetizar. O Projeto Ver entregou noventa e um óculos de grau. Uma nova ferramenta de trabalho para homens e mulheres que ingressaram na escola após atingirem a idade adulta.
Atualmente trezentas pessoas estão matriculadas no Vale Alfabetizar – antigo TeleSol. Ele é um projeto da prefeitura de Parauapebas, da ONG Alfabetização Solidária (AlfaSol) e da Fundação Vale – uma parceria destinada a promover a alfabetização e a conclusão do ensino fundamental da 1ª a 4ª série em 18 meses. As pessoas beneficiadas são cidadãos e cidadãs que nunca foram à escola, ou mesmo a abandonaram porque em algum momento de suas vidas tiveram de escolher entre o diploma e o trabalho.
Para essas pessoas, a ação do Projeto Ver lhes trará maior possibilidade de se sobressaírem bem na escola, segundo Juscineide Almeida, coordenadora do Departamento de Educação de Jovens e Adultos (Deja) da Semed.
“Problema na visão é um vilão que dificulta o processo de aprendizagem e um dos causadores da evasão escolar, principalmente de alunos da terceira idade”, disse.
O método para tirar esse “vilão” do caminho dos alunos contou com um conjunto de ações onde a figura do professor é fundamental. O primeiro diagnóstico é feito ainda em sala de aula. A triagem não é difícil, segundo Lucineide Cornélio, professora.
“Alguns dos nossos alunos já têm uma pré-disposição a terem problema de visão, pois já são idosos em sua maioria. Então, cabe a nós (professores) identificar aqueles que têm dificuldade de enxergar no quadro, reclamam de dor de cabeça, têm dificuldade nas leituras franzindo os olhos quando lêem”, explica.
A professora ainda ressalta o quanto o Projeto Ver é importante para seus alunos. “Tenho em minha sala pessoas que têm uma renda muito baixa, diaristas, pais desempregados, pessoas que precisam aprender para arrumarem um emprego”.
Voltar à escola depois de atingida a idade adulta é um desafio que requer muito incentivo, não somente dos professes mas também da família. Alda Medeiros da Silva, 40 anos, há 27 fora da sala de aula, é um exemplo.
Ela conta que voltou a estudar por insistência do filho, que já faz o 1º ano do ensino médio. O problema na visão sem dúvida lhe dificultava a aprendizagem. “O presente (os óculos) é um grande incentivo”, conta.
“Agora vai ser ótimo, uma coisa maravilhosa, vou enxergar melhor as letras”, diz Alda, sem conseguir esconder a satisfação.
Assessoria de comunicação da SEMED
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