segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Quase metade de Belém mora em invasão

Na capital, 653 mil pessoas vivem em ocupações e sonham com a regularização

VICTOR FURTADO

Da Redação

A Região Metropolitana de Belém (RMB) cresceu 1,29% na década 2000-2010, chegando a 2.040.843 habitantes, como aponta o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Nesse tempo, o número de invasões aumentou principalmente no município de Marituba e nos distritos de Outeiro e Mosqueiro. As ocupações mais antigas lutam pela regularização fundiária, saneamento básico, abastecimento de água e segurança. Somente em Belém, há 449 loteamentos em 48 bairros da cidade, incluindo distritos, com 146.359 imóveis e 653 mil habitantes (quase metade da população da cidade, segundo o último censo). Em Ananindeua, o número de assentamentos passa de 400 (numa estimativa informal da Prefeitura), sendo que 21 já foram regularizados e 97 processos foram abertos.

Nos demais municípios da RMB não há levantamentos específicos sobre invasões ou suas populações, mas a quantidade de moradias precárias é uma evidência de que essas famílias ocupam espaços que as construtoras ainda não usaram para os grandes condomínios. A quantidade de inavasões deve aumentar, já que as eleições municipais do próximo ano devem reaquecer o comércio de imóveis em áreas de ocupação.

Nas áreas invadidas, mesmo as mais antigas, a infraestrutura é limitada a água de poço (em alguns lugares o poço é rústico e não garante qualidade da água) e energia elétrica. A Celpa geralmente não põe obstáculos para ligar a luz nos assentamentos, já que significa novos clientes e menos 'gatos'. Mas quando a situação começa a se estabilizar, com menores riscos de desocupação e melhores condições de habitação, as casas são postas à venda. O antigo 'proprietário' então busca novas áreas e começa novamente, tornando-se um corretor de imóveis irregulares.

Nenhum comentário: