sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Parauapebas enfrenta epidemia de dengue

Município contará com ajuda de ONG para controlar a doença

A coordenadora de Vigilância Ambiental, da Secretária Municipal de Saúde de Parauapebas, Núbia Lima, conta que os números da Dengue no ano de 2011 é alarmante. “Trabalhamos com afinco durante todo o ano, mas infelizmente a população não se sensibilizou para um problema que é de todos”, lamenta Núbia Lima, contando que este ano foi iniciado um trabalho com base no LIRA A (Levantamento de Índice Rápido), cujo objetivo é ter mais eficácia nos números reais da doença e detalhar os bairros e logradouros com mais altos índices do problema, podendo assim, ainda segundo ela, direcionar uma campanha mais acirrada nestes pontos.

Os dados são mostrados através de extratos com referencia ao número de imóveis. Já são doze o número de extratos obtidos este ano e mostram a situação de Epidemia no município com 9,8% segundo o Índice de Breteau, cujo percentual tolerável é de menos de 1%.

“Não faltou campanha de esclarecimentos em meios de comunicação e nem trabalho dos agentes e prestadores de serviço”, diz Núbia, dando conta de que o número de agentes está de acordo com o preconizado pelo Ministério da Saúde.

“A população não teve a sensibilidade de cuidar de suas casas e quintais por isso temos uma epidemia de dengue. Agora se não estivermos em estado de alerta poderemos ter como saldo muitas mortes. A dengue não escolhe idade nem classe social”, alerta Núbia Lima, apontando como foco de maior incidência do mosquito o complexo Altamira com 22,5% de infestação do Aedes Aegypti (mosquito transmissor da dengue).

Mas o problema não é apenas a falta de saneamento ou o fato de se tratar de bairros com aproximação de áreas alagadas, pois os bairros Chácaras, Primavera, Cidade Nova e Uniao, considerados áreas nobres no município, apresenta boas condições de urbanização, ostenta o índice de 13,9%. Já os bairros Novo Horizonte, Jardim Canadá e Vale dos Carajás, pontuou 15,9% no índice de infestação.

O motivo apontado por Núbia é o lixo que recebe mau acondicionamento e destino. “Contra a falta de sensibilidade da população não tem ação pública que resolva”, lamenta Núbia.

Na primeira semana de janeiro 410 casos já foram notificados com duas morte confirmadas. Mas, segundo Núbia Lima, as notificações não correspondem aos números exatos de casos de dengue no município, pois há muitas pessoas que nem chegam a procurar ajuda médica se automedicando. Há ainda outros que não são registrados por médicos ou enfermeiros que, de acordo com os sintomas aparentes, identificam como dengue e apenas receitam medicação. Casos como estes não viram estatística, o que significa prejuízo para a saúde pública.

Com a contratação de mais 49 agentes o município passará a contar com 104 agentes que visitarão os 93.496 imóveis existentes em Parauapebas. Outro reforço no combate a epidemia será a Rota Ambiental, ONG que se propôs a oferecer pelo menos 100 de seus agentes, para fazer arrastão e diminuir entulhos e lixos depositados nos quintais, perfeitos berçários para os óvulos do mosquito.

“Conversamos com a coordenadora do combate a dengue no município, Núbia Lima, e entendemos a gravidade do problema, motivo que nos sensibilizou a entrar nesta empreitada em defesa da população”, comprometeu José Eustáquio, diretor presidente da Rota Ambiental.

Por - Francesco Costa

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