Direito,
Engenharia Civil e Engenharia Mecânica. Atenção, candidatos: o edital sai em
breve, exclusivo para processo seletivo em Parauapebas, e as aulas devem
começar a partir de janeiro! Essa boa notícia para os vestibulandos de plantão
no município só pôde ser possível porque na tarde desta segunda-feira (28) o
prefeito Valmir Mariano e o reitor Carlos Maneschy, da Universidade Federal do
Pará (UFPA), assinaram convênio por meio do qual a instituição vai implantar
essas graduações no município. Autoridades, representantes de movimentos
estudantis e sociedade em geral prestigiaram a cerimônia de assinatura do
convênio no auditório do Centro Administrativo.
Segundo
o prefeito, a instalação dos cursos é uma conquista que deve potencializar a
formação de mão de obra qualificada em setores estratégicos da economia,
promover a elevação do nível cultural do município e acelerar o desenvolvimento
local e regional. “A princípio, estava prevista a vinda de apenas dois cursos,
Direito e Engenharia Civil. Na verdade, seria a renovação de turmas. Porém,
vimos ser necessária a inclusão de mais um curso, que é Engenharia Mecânica. É
um custo que, embora seja elevado, trará retorno e benefícios a nossa região”,
explicou.
O
prefeito Valmir Mariano sente que a oferta desse pacote de graduações é a
realização de um sonho na vida de muitos jovens, como o estudante Paulo
Henrique Medeiros Castro, de 17 anos, que se inscreveu em vários vestibulares para
Engenharia Mecânica Brasil afora, mas quer mesmo continuar morando em
Parauapebas.
“Nasci
aqui, minha família está aqui e é muito difícil sair para estudar fora, mesmo
que eu passe. Minha mãe fez as contas e disse que a despesa comigo será de, no
mínimo, R$ 600 por mês para estudar em Marabá, com alimentação, transporte e
aluguel”, comentou o vestibulando, que se preocupa com a condição financeira da
família. “Mas eu sei que, por mais que minha mãe se esforce, vai ser difícil me
manter em Marabá, onde o curso vai ter aulas manhã e tarde e será difícil para
eu arranjar emprego.”
Agora,
o jovem voltou a sonhar e não abre mão de que uma vaga seja sua. “Vou botar
quente para passar em [Engenharia] Mecânica e ficar por aqui mesmo. O curso não
poderia ter vindo em melhor hora. Parabéns ao prefeito por pensar em nós,
estudantes”, elogiou o adolescente.
EFEITO POSITIVO
Além
de eliminar custo para muitas famílias que precisam enviar seus filhos a outras
cidades a fim de cursar uma graduação, a iniciativa do prefeito Valmir Mariano
prepara terreno para que seja construído em Parauapebas um campus da UFPA.
Ampliando-se
o número de cursos e somando-se ao campus da Universidade Federal Rural da
Amazônia (Ufra), outra conceituada instituição, Parauapebas poderá ter condições
de diversificar sua matriz econômica e tornar-se, assim, uma cidade
universitária, deixando de enviar jovens para fora e assumindo o posto de
receptora de estudantes, como são hoje as interioranas Marabá, Castanhal e
Tucuruí, no Pará, Araguaína, no Tocantins, e Imperatriz, no Maranhão. “Quero
realizar este sonho junto com vocês, que estão prestigiando este importante
momento da educação de nosso município”, comemorou o prefeito no ato da
assinatura do convênio.
Em
entrevista ao Tabloide, a secretária
municipal de Educação, Juliana de Souza, celebra mais essa conquista para a
educação de Parauapebas, que, no entendimento dela, demonstra a preocupação do
governo municipal, também, com o ensino superior e com a qualificação dos
jovens parauapebenses. “O prefeito Valmir não mede esforços em se tratando de
educação. Ele tem lutado para garantir um ensino de base de qualidade e, agora,
estende sua preocupação na realização do sonho de ingresso ao ensino superior
por parte de nossos jovens e adultos”, comenta.
Há
apenas quatro meses à frente da pasta da Educação, Juliana é uma das mais
elogiadas secretárias do governo Valmir e tem atuado firmemente na construção e
entrega de escolas, bem como na formação de professores, visando à excelência
na prestação de tão importante e fundamental serviço.
PARCERIA
O
reitor da Universidade Federal do Pará, Carlos Maneschy, destacou que a
parceria com Parauapebas é de vital importância não apenas para o município,
mas também para a instituição. “Além de realizar um sonho antigo, hoje estamos
fazendo história em Parauapebas, pois pretendemos transformar vidas, e para
melhor, no sentido mais amplo da expressão e do exercício da cidadania.”
De
acordo com a autoridade acadêmica, a universidade não forma profissionais
apenas para o mercado de trabalho; a instituição forma cidadãos e seres
humanos. “Somente através da educação uma pessoa é capaz de ser livre”,
sintetizou Maneschy, rememorando que a relação entre a UFPA e Parauapebas é
antiga, e o será para sempre.
OS CURSOS
Direito: vem pela
terceira vez a Parauapebas. O curso forma bacharéis em direito e é bastante
procurado Brasil afora, já que o mercado de trabalho para o formado é amplo,
sobretudo se ele obtiver registro junto à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)
para advogar ou quiser enveredar pelo serviço público. O último concurso da
Prefeitura de Parauapebas, por exemplo, abriu seis vagas para procurador, cargo
para o qual uma das exigências é ter diploma de Direito. No Pará, a
concorrência média das diversas seleções da UFPA para ingresso ao curso é de 25
candidatos por vaga em Belém e 20 em Marabá. No último vestibular realizado em
Parauapebas, em 2008, a demanda chegou a 26,08 por vaga, em que 1.341
candidatos disputaram as 50 cadeiras ofertadas. A média salarial dos formados
em Direito, segundo uma pesquisa nacional divulgada este ano pelo Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com dados de dezembro de 2012, está em R$
4.675,19, a 12ª maior entre as formações de nível superior.
Engenharia
Civil:
desembarca em Parauapebas pela segunda vez. O curso forma engenheiro civil,
profissional muito requisitado no Brasil e, especificamente, na região, em
razão do boom imobiliário que fez de
Parauapebas a cidade que, proporcionalmente, mais construiu prédios de até dez andares
nos últimos 13 anos. No Pará, a concorrência média para ingresso ao curso da
UFPA é de 15 candidatos por vaga em Belém e 13 em Tucuruí. No último vestibular
realizado em Parauapebas, em 2008, para ingresso de duas turmas, a demanda
chegou a 28,45 por vaga, em que 1.707 inscritos disputaram as 60 cadeiras
ofertadas. A média salarial dos engenheiros civis é de R$ 5.768,19, a 5ª melhor
entre as carreiras, segundo o Ipea, embora se saiba que haja engenheiros civis
que faturem bastante apenas com uma canetada em projeto.
Engenharia
Mecânica:
chega a Parauapebas pela primeira vez, sendo o “calouro” do trio. O curso forma
o engenheiro mecânico, profissional bastante procurado por grandes indústrias,
mas em falta no mercado. Na região, empresas como Vale e Sotreq, entre outras
da área de manutenção de equipamentos e transportes, recebem bem esses
profissionais, que serão demandados na fase de operação de projetos como o
S11D, em Canaã dos Carajás. No Pará, a concorrência média para ingresso ao
curso da UFPA é de 15 por vaga – com nível de concorrentes dos mais elevados,
rivalizando-se à Medicina – e de 7 por vaga em Tucuruí. Depois do colega da
área de civil, o engenheiro mecânico é o mais bem remunerado entre os
profissionais de nível superior, com média salarial de R$ 5.500,30, conforme o Ipea. O valor é per capita, por isso
facilmente um engenheiro mecânico com entre três e cinco anos de carreira chega
a ganhar R$ 15 mil ou mais facilmente.
Reportagem: Frank James
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