Como esperado, o TSE negou o registro à
Rede. Mas, nem por isso, os adversários podem celebrar. Sob forte
pressão em reunião com aliados, Marina Silva se mostrava dividida entre
aceitar ou não o apelo de companheiros para não desistir da disputa.
Sete partidos puseram-se à disposição para que a ex-ministra, que teve
quase 20 milhões de votos na eleição de 2010, dispute a Presidência em
2014, Entre os defensores da candidatura, as preferências voltavam-se
para o PEN.
A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de
negar a criação do partido Rede Sustentabilidade, de Marina Silva,
seguiu as previsões de ex-ministros da Corte. Antes mesmo do julgamento
de ontem, Carlos Velloso, que presidiu o tribunal de 1994 a 1996 e em
2005, destacou a impossibilidade jurídica de registro da sigla, uma vez
que o número mínimo de assinaturas de apoiadores (492 mil) não havia
sido alcançado. “Criar partido no Brasil é muito fácil. Não se pode
extravasar ainda mais as facilidades que a lei oferece”, disse.
Velloso rebateu ainda a sugestão apresentada pelo
também ex-presidente do TSE ministro Nelson Jobim, de que a Corte
poderia conceder um registro provisório até que as assinaturas
protocoladas sejam validadas pelos cartórios eleitorais. “Isso é danoso,
do ponto de vista legal, e abre um precedente perigoso no país”,
avaliou.
Para Velloso, as facilidades já existentes
incentivam a criação de partidos de aluguel. “São legendas que só
atrapalham a governabilidade ou servem de trampolim para seus
fundadores. Não me refiro à Marina Silva, falo de forma geral sobre essa
proliferação de partidos.”
Ex-ministro do TSE, Walter Costa Porto manifestou
a mesma linha de pensamento. “Há óbices muito difíceis de serem
superados”, afirmou, referindo-se ao não cumprimento das exigências
legais por parte do partido da ex-senadora.
Defensores da Rede
Com argumentos apresentados pela própria Rede, Ayres Britto, que presidiu o tribunal por dois anos, defendeu a criação do partido. Segundo ele, o TSE deveria validar um lote de 98 mil assinaturas que, após checagem, foi rejeitado pelos cartórios eleitorais sem o motivo da recusa. Outro erro por parte dos cartórios, assinalou Britto antes do julgamento, foi a rejeição de firmas de apoiadores que não votaram nas últimas eleições.
Com argumentos apresentados pela própria Rede, Ayres Britto, que presidiu o tribunal por dois anos, defendeu a criação do partido. Segundo ele, o TSE deveria validar um lote de 98 mil assinaturas que, após checagem, foi rejeitado pelos cartórios eleitorais sem o motivo da recusa. Outro erro por parte dos cartórios, assinalou Britto antes do julgamento, foi a rejeição de firmas de apoiadores que não votaram nas últimas eleições.
“Eu, pessoalmente, entendo que não se pode deixar de
certificar autenticidade de assinatura a partido sem motivação. Também
não se pode, pura e simplesmente, deixar de certificar autenticidade com
a alegação de que quem subscreveu o apoio não compareceu à urna para
votar na última eleição. Isso não é um problema do partido que se
pretende criar”, afirmou Britto.
Também ex-presidente do TSE, Nelson Jobim havia
defendido, ao longo do dia, que a Corte concedesse uma autorização
temporária para a Rede. Em seguida, a Rede teria um prazo para
apresentar as assinaturas restantes. “Ou seja, é aquele registro sob
condição resolutiva”, disse Jobim. Mas a tese não foi acolhida.
Fonte: Correio Braziliense
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